FOI HOMICÍDIO – PC concluiu que foi assassinato o que aconteceu na Estrada do Madeira no sábado em Lavras

Homem morreu depois de ser atropelado após briga de trânsito em Lavras (Foto: Reprodução EPTV / Devanir Gino)
Anderson estava em casa fazendo um churrasco junto com um amigo, a companheira e um enteado, quando todos decidiram sair para dar uma volta, às 2h da madrugada. Quando eles transitavam pela Estrada do Madeira, cruzaram com o Gol vermelho, placas LBM-5977, de Lavras, com cinco ocupantes. Ao cruzar, os carros bateram os retrovisores e o motorista do Gol, que transitava sentido contrário ao Santana, onde estava Anderson, imediatamente deu meia-volta e perseguiu o Santana. Em dado momento o Gol ultrapassou o Santana e fechou o automóvel.
Ao fechar o Santana, desceram do automóvel Gol quatro rapazes e começaram a gritar e a bater na lataria do Santana, neste momento, Anderson desceu para conversar com os rapazes agressores. Um dos ocupantes do Gol chutou fortemente o vidro da janela do motorista do Santana, com medo ele travou as portas, deu uma marcha-ré e fugiu, porém, deixou o amigo Anderson para trás.
Anderson foi então espancado por quatro, dos cinco ocupantes do Gol: quatro participaram da agressão que vitimou Anderson; o quinto ocupante fugiu quando percebeu a reação violenta dos companheiros.
Os quatro agrediram Anderson com chutes e socos, depois, passaram com o carro Gol sobre o corpo estendido no asfalto. Após atropelarem a vítima, eles desceram do carro e arrastaram o corpo para fora da pista, neste momento passava um outro veículo e seus ocupantes viram quatro pessoas arrastando um corpo para o acostamento, eles comunicaram o fato e a placa do carro à polícia.
Enquanto a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) estava no local, uma ligação foi realizada aos Bombeiros: era uma pessoa pedindo ajuda, dizendo que havia se envolvido num acidente e que estava machucada. Este era o quinto ocupante que fugiu antes que as agressões ficassem ainda mais sérias. Ele foi o que havia chutado o vidro da porta do Santana. No momento do chute ele caiu e bateu a cabeça no asfalto, provocando ferimentos. Ferido e preocupado com as agressões dos colegas, ele fugiu a pé para Lavras. Ele foi levado pelos Bombeiros para a Unidade Regional de Pronto Atendimento (Urpa), onde ficou internado em observação.
Com as informações dos Bombeiros e das testemunhas, a policia chegou até o proprietário do Gol. Foi a partir daí que a Polícia Civil assumiu o caso. O delegado Jailson e sua equipe de investigadores começaram a ouvir os envolvidos.
Em dado momento, o delegado foi até a Urpa para ouvir o rapaz que estava internado. O delegado disse que sabia de tudo e queria apenas a confirmação dele. O rapaz acabou contando tudo que aconteceu, falou do espancamento e disse que quando se afastava do local ouvia os gritos da vítima e até os barulhos das agressões.
Diante disso, os envolvidos acabaram confessando o crime, eles contaram que depois que espancaram Anderson, passaram com o Gol sobre o seu corpo, depois o retiraram da pista e foram embora. A Polícia Civil encontrou sangue embaixo do assoalho do automóvel, o que indicou que não ocorreu um atropelamento, o carro foi passado sobre o corpo em baixa velocidade. Segundo o delegado Jailson, quando ocorre um atropelamento, o corpo é arremessado para cima, teoricamente ele teria sido jogado para cima ou então para o lado e não ficaria embaixo do carro.
Os quatro homens foram detidos e levados para o Presídio Estadual de Lavras. Para a polícia, os ocupantes dos dois carros assumiram que tinham bebido antes da confusão que resultou na morte do rapaz. Dos quatro envolvidos diretamente no espancamento e morte de Anderson, dois tem passagens pela polícia por tráfico de entorpecentes e por estupro de vulnerável.
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